Vampiros e Demônios de Sangue



Os vampiros têm uma enorme variedade de rostos e podem transformar-se em ratos, morcegos, corvos, lobos, gatos, aranhas ou até numa nuvem de vapor. Possuem imensos poderes e uma força descomunal, para além de conseguirem controlar alguns animais. Durante o dia têm de evitar a luz do sol e refugiam-se em locais onde esta nunca penetra, de preferência dentro de caixões.

Supostamente a única defesa dos humanos contra estes seres são alguns símbolos religiosos como a cruz e a água benta e outros mais mundanos como o alho, embora para que surta efeito seja necessária uma boa dose de fé no sortilégio. Para evitar um vampiro, primeiro que tudo, nunca o convide a entrar na sua casa. Ele precisa sempre da autorização do dono do lar para poder penetrar neste.


Um vampiro pode ser morto se for colocado entre dois espelhos, onde ele, uma criatura imortal , vai ter um vislumbre da eternidade e ficará mais fraco. Outra forma é espetando-lhe uma estaca no coração, de preferência enquanto ele dorme, separando em seguida a cabeça do tronco. A exposição ao Sol é fatal, por isso pode tentar-se evitar que consiga alcançar o seu refúgio secreto. Algumas pessoas, com receio de terem sido vítimas de vampiros ou de se tornarem elas mesmas vampiros, pediam aos parentes que após a sua morte lhes fosse arrancado o coração, órgão sem o qual não poderiam sobreviver no estado de vampiros.



Para se tornar um vampiro é preciso beber do seu sangue. Na tradição de alguns povos, basta que um corpo não tenha sido enterrado convenientemente, com pouca terra sobre a campa ou sem os ritos religiosos, ou que o defunto tenha sido exposto a um espelho, para que se torne um sugador de sangue. Na Roménia previne-se esta situação colocando na mão do cadáver um pedaço de ferro. Segundo a mitologia grega e egípcia bastava que uma pessoa tivesse cabelos ruivos par ser um potencial vampiro após a sua morte. Pessoas cuja morte não tenha sido vingada ou os sétimos filhos/filhas de uma prole igual são os mais sérios candidatos a uma vida pós-morte de vampirismo.


Esta criatura surgiu aos olhos do mundo ocidental através de um conto de Bram Stoker, que por sua vez se inspirou nas velhas lendas romenas e numa das mais sanguinolentas figuras da História, Vlad Drakul, O Impalador, um príncipe nascido no século XV na Transilvânia. Drakul era o nome utilizado pelos descendentes da Ordem do Dragão, título atribuído ao pai de Vlad pelo rei Sigesmundo em 1431, o mesmo do nascimento do que se viria a tornar um dos grandes assassinos em massa da história. Reza a lenda que este príncipe terá morto mais de 100 mil pessoas e muitas delas pelo método da empalação, enquanto comia as suas refeições e bebia o sangue das vítimas.


Mas não se pense que os vampiros se limitam a Drácula. Quase todas as culturas têm o seu monstro bebedor de sangue. Vejamos a forma como alguns deles são conhecidos.

No tempo dos druidas na Irlanda falava-se do Deard-Dues, um ser que bebia o sangue das suas vítimas e sob cuja sepultura era necessário colocar uma pilha de pedras. Os assírios eram assombrados pelo Ekiminus, um ser meio-espírito meio vampiro, que surgia quando o corpo não era enterrado devidamente. Eram invisíveis, podiam possuir os seres humanos e apenas podiam ser destruídos através do uso de armas de madeira e exorcismos. A Roma e Grécia Antigas conheciam os Lamias, vampiros femininos que apareciam sob a forma de metade mulher, metade cobra, comiam a carne e bebiam o sangue das suas vítimas, podendo ser mortas com armas normais.


Asasabonsam é um vampiro africano que tem garras em vez de pés e que costuma morder as suas vítimas no polegar; Baital é o vampiro indiano, meio-homem e meio-morcego, a que se junta ainda o Rakshasa, que surge como um humano com rosto de animais ou animais com rostos humanos e a sua destruição apenas pode ser feita através de exorcismos, exposição ao Sol ou fogo.


É nos países de Leste que a lenda do vampiro se encontra mais divulgada. Na Bulgária ataca o Krvopijac ou Obour, apenas com uma narina e uma língua pontiaguda. Pode imobilizar-se colocando pétalas de rosa em redor da sua sepultura e para ser destruído é necessário que se coloque uma ordem mágica numa garrafa, atirada em seguida para a fogueira. Strigoiul é o vampiro romeno que pode mesmo atacar em matilha, sendo que a sua morte apenas acontece se lhe for colocado alho na boca ou o coração removido do corpo. 


Os vampiros siberianos são conhecidos como Vlokoslak ou Mulos, que surgem como humanos mas podem assumir a forma de cabras ou cavalos e estão activos de dia e de noite. Para os matar é necessário cortar-lhes os dedos dos pés ou espetar-lhes uma unha no pescoço. Na Rússia e Polónia atacam os Uperczi, também conhecidos como Viesczy, que tem um ferrão sob a língua em vez dos tradicionais caninos afiados e apenas podem ser destruídos através do fogo. Durante esse processo o corpo explode dando origem a inúmeros pequenos e desagradáveis animais que não podem escapar, de outra forma o vampiro volta à vida e procura vingança.


Nos países europeus a fama dos vampiros também não deixa de se fazer sentir. Na Escócia é conhecido como o Baobhan Sith, um ser que aparece sob a forma de uma bela mulher que dança com os homens até à exaustão e depois se alimenta deles e que apenas o ferro quente pode matar. A China tem os Ch’Iang Shih, criados quando um gato salta sobre um cadáver. São seres que podem matar apenas com o seu hálito venenoso mas esta criatura não pode passar por um monte de arroz sem contar todos os grãos, o que a torna um alvo fácil. A sua forma imaterial é uma esfera de luz.


E na Grécia, é o Kathakano que assusta as pessoas e que apenas pode ser eliminado quando se lhe corta a cabeça e depois se coze em vinagre.
Na nossa época à semelhança do Dr. Van Helsing de Stoker, ainda existem caçadores de vampiros, os “discípulos de Morazano” cujo símbolo e brasão é uma flor com três gotas de sangue, três morcegos-vampiros e a lua em quarto minguante.


As histórias de vampiros podem não passar de casos de doentes de “porfíria”, uma doença cujo principal sintoma é uma enorme necessidade de beber sangue, mas porque as normas de segurança cada vez mais o indicam, nunca convide um estranho a entrar em sua casa sem lhe dar a provar, pelo menos, um dente de alho.


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